quinta-feira, 12 de agosto de 2010

SÍNDROME DO IMPACTO



A anatomia do complexo articular do ombro, é caracterizada pela sua extensa amplitude de movimento, porém este alto grau de mobilidade implica em sua estabilidade, deixando-a mais vulnerável a lesões, principalmente nas atividades esportivas, que incluem movimentos acima da cabeça.

Drº Charles Neer, foi o primeiro a identificar que o impacto envolve a compressão mecânica do tendão do supra-espinhoso, da bursa subacromial e do tendão da cabeça longa do bíceps, todas essas estruturas localizadas sob o arco subacromial.
Neer descreveu os estágios progressivos da síndrome do impacto:

• Estagio 1 – paciente com menos de 25 anos com condição reversível de edema, inflamação e hemorragia.
• Estagio 2 – pacientes entre 25 e 40 anos, com lesão na bursa, fibrose e ruptura do manguito rotador e no bíceps que são consideráveis irreversíveis.
• Estagio 3 – pacientes acima de 40 anos, com ruptura parcial ou total de manguito rotador e alterações ósseas.

Chang, Wing K, 2002 descreve as causas da síndrome do impacto em causa primária e causa secundária.

Causa Primária:
• Aumento do estressa subacromial.
• Morfologia acromial (tipos de acrômio, osteófitos, e deposição de cálcio)
• Artrose acromioclavicular.
• Hipertrofia do ligamento coracoacromial.
• Impacto acromial.
• Lesão na bursa subacromial com fibrose.
• Tuberosidade maior proeminente.
• Trauma direto e/ou repetitivo.
• Atividades a cima de 90º.

Causa Secundária:
• Sobrecarga no manguito rotador.
• Sobrecarga muscular excêntrica.
• Instabilidade glenoumeral.
• Fraqueza da porção longa do bíceps.
• Lesão labral.
• Desequilíbrio muscular.
• Paralisia de trapézio.
• Lesão na cápsula posterior.

Um aspecto ainda muito discutido na literatura, é sobre a morfologia acromial, algumas literaturas, abordam o acrômio tipo III ou em forma de gancho, com cerca de 70% mais propensos á apresentarem sinais de impacto em relação ao acrômio tipo II ou I.



Gartsman 1998 afirma que o acrômio tipo I (reto) tem prevalência de 17%, já o tipo II (curvo) de 43 %, e o tipo III (ganchoso) de 40%.

Hirano, Ide e Takagi 2002, em um estudo com 192 ombros sugerem, que a relação entre o acrômio III (ganchoso) e a lesão do manguito rotador não é tão grande quanto se descreve na literatura.

Os sintomas da síndrome do impacto: dor inicialmente após atividades, tornando-se contínua com o decorrer dos treinos, progredindo para dor durante e após as atividades e até dor noturna irradiando para o braço.

Outro assunto importante de ser abordado é sobre a validação dos testes clínicos para a síndrome do impacto, vou citar alguns testes, porém não vou descrevê-los, o teste de Neer e o teste de Hawkins são os principais testes clínicos a serem abordados, porém pelo seu aspecto biomecânico, Flatow et al 1994 diz que o teste de Hawkins resulta em um maior impacto da subacromial que o teste de Neer , pela sua característica em abdução e rotação, sugerindo o mesmo para um diagnostico mais preciso.

Futuramente vou poder abordar o assunto em relação ao tratamento conservador na prática, minha intenção nesta postagem foi apenas mostrar algumas observações sobre o tema.

OBRIGADO

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