quarta-feira, 28 de julho de 2010

Influência da Musculatura do Quadril na Síndrome da Dor Femoropatelar

Bem, minha primeira postagem não se trata de um caso clínico, já que recentemente comecei a trabalhar no Madureira Esporte Clube, e ainda não tive tempo para organizar meus atendimentos no clube, porém tive a idéia de destacar um assunto que desde a época de graduação venho pesquisando bastante, e resolvi tentar passar um pouco do meu conhecimento sobre o assunto, já que se trata de um assunto muito complexo.

A Síndrome da dor femoropatelar (SDFP) é definida por uma dor Peri ou retropatelar, acometendo principalmente adolescentes e adultos jovens, fisicamente ativos, sendo eles atletas ou não,afetando principalmente o sexo feminino. Um aumento da força compressiva na articulação femoropatelar pode gerar dores difusas, anterior ou retropatelar, principalmente quando o individuo agacha ou ajoelha,sobe ou desce escada ou quando se mantém sentado por um período prolongado.

Grossi 2005 destaca que a pronação subtalar excessiva, o aumento do ângulo Q, a torção tibial externamente, a retração do retinaculo lateral e o comportamento patelar inadequado, como desequilíbrios biomecânicos estáticos, já nos fatores dinâmicos a diferença entre o inicio da contração muscular (onset) entre o VMO e o VL.



Tenho algumas críticas sobre a avaliação estática, não necessariamente indivíduos estaticamente avaliados, funcionalmente apresentam tais alterações. Exemplo disso é o pronador subtalar estático, e funcionalmente na sua prática esportiva, por exemplo,na corrida, o mesmo não apresenta a pronação apresentada estaticamente, podendo acontecer também essa diferença na mensuração do ângulo Q. Sempre é bom ressltar a diferença do angulo Q entre homens e mulheres.

Poucos são os estudos que avaliaram a musculatura do quadril como causa da SDFP. Powers 2003,apontou a excessiva rotação medial e adução do quadril, de conseqüente fraqueza dos músculos rotadores laterais e abdutores do quadril como causa da SDFP, já que a disfunção biomecânica citada, promoveria na fase de apoio da marcha um aumento do ângulo Q, resultando em um estresse femoropatelar lateral.

Vale ressaltar que minhas críticas vão de encontro ao estudo citado anteriormente, já que Powers 2003, quando fala na adução e rotação medial de quadril, ele se refere da mensuração do ângulo Q funcionalmente, mais precisamente na fase de apoio da marcha.

Com o tempo, vieram as primeiras críticas sobre os estudos de Powers, já que o mesmo resolveu avaliar por meio de EMG a ativação isométrica dos rotadores laterais e abdutores (mais precisamente o glúteo médio) em indivíduos portadores de SDFP, porém é sabido que essa musculatura atua excentricamente limitando a adução excessiva de fêmur. Pela falta de estudos na literatura, que abordam a função excêntrica da musculatura do quadril em indivíduos com SDFP, Nakagawa 2008 avaliou o torque isocinético excêntrico Maximo dos músculos abdutores e rotadores laterais do quadril e a analise eletromiografica do músculo glúteo médio durante a contração excêntrica em mulheres portadoras de SDFP e mulheres sadias. Seus resultados demonstraram uma redução do pico de torque excêntrico em abdução e adução de quadril em mulheres portadoras de SDFP quando comparados ao grupo de mulheres sadias e ainda acrescenta a consideração dos exercícios de fortalecimento excêntrico de abdução de quadril no tratamento da SDFP.

Posso destacar, que tenho excelentes resultados no tratamento de meus pacientes, quando na minha avaliação encontra-se uma inibição de Glúteo Médio funcionalmente, de forma excêntrica. Lógico que uso mais algumas ferramentas como controle motor, Core Training etc, futuramente descutidos aqui.


OBRIGADO

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